PORTO ALEGRE | GRUPO PRATA
CONHEÇA A SINOPSE DO ENREDO DO IMPÉRIO DA ZONA NORTE PARA 20259
“Pra Não Dizer que Não Falei de Flores”.
Este é título do enredo da Império da Zona Norte para o carnaval 2025.
O tema foi escrito por Vinícius Brito e marca os 50 anos da fundação da entidade carnavalesca, surgida no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Com este enredo, o Império será a terceira escola a desfilar, pelo Grupo Prata, no dia 15 de março, no Complexo Cultural do Porto Seco.
O áudio do samba-enredo, de autoria de Andy Lee, Vinicius Brito, Victor Nascimento, Leandro Antunes, Alessandro Anthunes, Roberto Nascimento e Vinícius Maroni, na voz de Emerson Dias, já está circulando nas plataformas digitais e nas redes sociais do Império.
Leia abaixo o texto completo da sinopse:
“PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES”
O Sarandi está em reconstrução. O bairro foi o mais atingido na enchente que assolou a Capital no ano que passou e agora junta seus cacos, escombros e cicatrizes.
Reergue-se da destruição. E coleciona memórias, histórias e saudades.
Uma criança brinca entre fotografias enlameadas e resquícios de recortes de jornais. É uma menina, que encontra entre os destroços um livro de capa dourada. Sabe-se lá como, resistiu à enxurrada. Está intacto.
Em suas páginas, cinco décadas. Cinquenta anos. A capa reluzente tem ainda dois leões alados. São prateados e estão em alto relevo. Entre eles, dois algarismos: 50!
Não há dúvida. O livro que a guria está prestes a abrir vai fazê-la embarcar em uma viagem no tempo que subverte a cronologia e que é uma ode ao amor que ela traz do berço: o cinquentenário Império da Zona Norte!
Diante da tristeza vivida em seu bairro nestes tempos que ainda nem passaram, ela deixa de lado, ao menos por alguns instantes, as memórias doloridas do presente. Na primeira página, lê como um mantra a frase inicial que servirá de guia para a viagem que a sua mágica leitura proporcionará.
Evocando um dos momentos mais emocionantes para todos aqueles que amam o Império, a pequena nota que o livro não começa com o “Era uma vez” tão comum e tradicional ao início das mais doces fábulas. Essa linda história, que servirá para curar cicatrizes tão recentes, inicia quase que como uma justificativa de que, diante da dor, é possível e necessário encontrar motivos para sorrir:
“Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores…”
Capítulo I – Império futurista, cósmico e delirante
O livro tem muitas ilustrações. São todas coloridas!
Contam momentos épicos de tempos passados em que o Império, veja só, já vislumbrava o futuro. A cada página, lembranças de desfiles oníricos, criativos e fruto da imaginação mais delirante. E lá se vai a pequena guria, como se sonhasse, voar em um disco voador e estabelecer “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” para ver sua escola campeã do Carnaval entre os extraterrestres.
Da janela desta mesma nave prateada, ela vislumbra um baile de astros no “Reino do Zodíaco” e o seu Império mais uma vez com a faixa no peito e a taça na mão!
Segue a jornada intergaláctica entre as páginas e a menina vê que “No Espelho do Universo Reflete a Luz de Uma Nova Era”, se diverte em uma “Festa Cósmica” e ainda descobre que, diante de ameaças siderais, “O Império Contra Ataca”!
A menina ainda está em processo de alfabetização. Mas, mesmo assim, devora o tesouro que acabara de encontrar! Nota que todas as histórias ali contidas lhe fazem sorrir e ter muito orgulho da escola de samba que herdou dos seus antepassados.
Naquele vai e vem entre décadas distintas, desvenda ainda o “Mistério da Máquina do Tempo!
Capítulo II – Império do povo, festeiro e viajante
Na segunda parte da leitura instigante daquela obra literária encontrada entre entulhos, a guria nota que não é só pelo espaço sideral que aqueles leões dourados e alados da capa do seu livro são afeitos a viajar.
E então ela se manda para a “Festa da Uva”, onde comeu fruta da boa, direto no cacho! De lá, partiu “Da Baronesa ao Trensurb…” para sorver um bom chimarrão “Da erva nativa…”. Festeira que só ela, se mandou para o nordeste e, “Em devoção, exaltou São João”.
Ainda teve tempo para embarcar com Pero Vaz de Caminha em uma caravela lusitana, mandar uma “Carta de Amor”, conhecer “Portugal, Terra Mãe Gentil Deste Gigante Chamado Brasil” e os encantos desvairados e fantasiosos de “Ofir, maravilhoso mundo verde” e “Shangrilá”.
E ela não percorre sozinha tantas reminiscências! Ao longo do caminho, dá gargalhadas com “Carlos Nobre”, ouve o canto militante do “Galo Missioneiro”, se encanta com as pinturas de “Debret” e ainda se comove com o amor do “Jacão” pelo Império!
Capítulo III – Império preto, africano e ancestral
Na abertura do capítulo derradeiro, é “Mandela” que recebe, de braços abertos, a curiosidade daquela criança. Ele, que inspirou um dos desfiles vencedores do Império, convida a guria para partir da África do Sul à “Nigéria, o Gigante Africano…”.
No trajeto, Madiba evoca um griô e faz relatos de quem foram “Rainha Ginga e Rei Congo” e conta, em detalhes, a “História do Samba”, relembrando mais uma gloriosa conquista imperiana.
A leitura flui. Leve, solta.
A cada lauda, a guria esbanja um sorriso largo de quem parece ter vivenciado cada detalhe contado pelo livro das glórias da escola de samba que é sua grande paixão e que, feito o bairro Sarandi, mora em seu coração e também está em reconstrução!
Madiba faz então uma “Exaltação a Zumbi dos Palmares”, descreve que foi ele quem inspirou o primeiro desfile e a primeira conquista daquela trajetória cinquentenária e que é preciso voltar ao berço da humanidade, olhar para a alma imperiana e reconectar aquela linda história com sua gente!
Parabéns, Império da Zona Norte!
Autor do Enredo: Vinicius Brito.
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