Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, tem primeiro feriado neste 20 de novembro de 2024, pela primeira vez, é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra com um feriado nacional (Lei 14.759/23).
Um marco histórico e aguardado, se perpetua, pois na Porto Alegre dos anos 1970, quando um grupo de jovens discutia a criação de um dia destinado aos negros no Brasil, por saberem e entenderem a importância e relevância, já que eles não queriam o 13 de maio, data em que a Lei Áurea pôs fim à escravidão, que não previa políticas públicas para os recém-libertos. Discutiam e lutariam por um dia, para a sociedade refletir sobre a situação a qual os africanos foram submetidos ao serem retirados de sua terra para servirem aos brancos nas Américas. Os jovens inspiraram-se na morte de Zumbi dos Palmares, já que não descobriram a data de nascimento de Zumbi, líder quilombola e símbolo de resistência, e o 20 de novembro passou a ser nacionalmente conhecido como o Dia da Consciência Negra, uma justa homenagem a Zumbi dos Palmares, líder da resistência negra contra a escravidão.
Os quatro membros do Grupo Palmares que propuseram o Dia da Consciência Negra foram, Antônio Carlos Côrtes, Oliveira Silveira, Vilmar Nunes, Ilmo da Silva. o Grupo Palmares foi fundado em 1971, em Porto Alegre, eles ainda contaram como apoio de Jorge Antônio dos Santos e Luiz Paulo Assis Santos.
O movimento ganhou mais popularidade em 1978, com a criação do Movimento Negro Unificado (MNU), em São Paulo. Em 2003, o presidente Lula sancionou uma lei federal que estabeleceu o 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra.
ANTÔNIO CARLOS CÔRTES/ UM DEPOIMENTO EXCLUSIVO SOBRE A HISTÓRIA DO 20 DE NOVEMBRO PARA O CARNAVAL ENFOCO, EM 21 DE NOVEMBRO DE 2024
Antônio Carlos Côrtes, é o único membro fundador vivo, do grupo de pesquisas Palmares que, em 1971, implementou a data de 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, oficializada nacionalmente em 2011. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, ocupando a cadeira de número 11, o advogado, jornalista e escritor é o terceiro negro a integrar a Academia, e não por ser negro, mas porque julgaram que era merecimento por seu trabalho literário, na direção de espetáculos musicais e por seu envolvimento com a cultura.
Uma carreira profissional solida, já que foi funcionário do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) por 26 anos, é advogado militante, com atuação nas áreas de direito civil e criminalista, foi também secretário-geral da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs), e ainda assessor superior da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e professor na Academia de Polícia (Acadepol).
Foi integrante do Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre e Conselho Estadual de Cultura. Tem histórico de participações como comentarista de eventos carnavalescos, vale destacar que atuou como apresentador, repórter e produtor em diferentes veículos de imprensa, dentro e fora do RS. Inquieto e fonte de saber, ele é autor dos livros “Bailarina do Sinal Fechado”, “Rua da Praia 40⁰” e “Degraus da Vida”.