No último sábado, 19 de fevereiro ocorreu um episódio na quadra da Escola Imperatriz dona Leopoldina.
A Agremiação, que já vinha divulgando seu evento há mais de um mês foi surpreendida com uma ação no momento em que iniciava a festa Encontro de Gigantes em sua quadra.
A intervenção encerrou a atividade surpreendendo negativamente todos que ali estavam, a diretoria da Imperatriz, escolas convidadas que se apresentariam e os convidados que aguardavam para entrar no local.
O Carnaval Enfoco conversou com o presidente da Agremiação, André Nunes para falar sobre o ocorrido e entender os próximos passos. Confira a entrevista abaixo:
CE: Houve algum contato com a direção da escola por parte dos órgãos antes do evento?
André Nunes: Em reunião presencial com o prefeito, autoridades municipais, representantes das Escolas e ligas carnavalescas, foi relatado um inconveniente acontecido durante ensaio semanal em que às 22hs houve intervenção da Brigada Militar que encerrou a atividade surpreendentemente. De imediato, o Prefeito Sebastião Melo, usou a palavra para dizer que garantiria o pleno funcionamento das Escolas de Samba.
Quarta-feira, dia 16 de fevereiro, a Imperatriz realizou seu ensaio normalmente, dentro dos horários estabelecidos, mas chegou informação à diretoria que estava sendo preparada a investida de uma força-tarefa formada por vários órgãos coordenados pela Prefeitura de Porto Alegre para interditar a quadra de ensaios da Escola de Samba Imperatriz Dona Leopoldina.
Quinta-feira, 17 de fevereiro, o presidente André Nunes Santos, informou às demais entidades e iniciou uma peregrinação pelos órgãos públicos para obter esclarecimentos sobre a informação recebida.
Nenhum órgão da prefeitura confirmou a preparação de ação articulada. A secretaria negou e reafirmou a promessa do prefeito Melo feita na frente de todos os representantes do carnaval de Porto Alegre.
Sexta-feira, dia 18 de fevereiro, os presidentes de Escolas reuniram com a Secretaria de Cultura e obtiveram um documento assinado por autoridades municipais autorizando a realização do evento e garantindo que a Imperatriz não deveria cancelar a programação.
CE: Qual foi o argumento usado pelos órgãos para interdição da quadra, o que disseram a vocês e de que forma?
André Nunes: Diante de todas as promessas feitas, a diretoria da escola continuou trabalhando e preparando a quadra para receber o público no grande evento.
Sábado, 19 de fevereiro, na hora em que o público lotava a frente da quadra, na Martim Félix Berta e os componentes das escolas de Samba chegavam, foram todos surpreendidos com um atentado marcado pelo desrespeito e pelo abuso garantido por um aparato de guerra. Guarda Municipal, Bombeiros, funcionários de secretarias publicas municipais chegaram cinematograficamente exigindo Alvará de Funcionamento e PPCI para autorizar a abertura dos portões e ingresso de pessoas à quadra.
Estabeleceu-se aí uma crise por impossível diálogo diante da evidente determinação de interditar a quadra e impedir a realização do evento. A cada paciente argumentação da diretoria da Imperatriz a “autoridade” construía uma nova justificativa para continuar sua prática abusiva. Pediam um Alvará, ninguém tem Alvará atualmente e isto tem sido tratado com a Prefeitura, era a resposta que parecia não ser ouvida.
Pediam o PPCI, a resposta era que o processo estava em análise e todas as etapas respeitadas pela Escola, conforme consta no sistema dos bombeiros. Mas os bombeiros integrantes dessa força-tarefa queriam mais:“sistema de Sirenes”, “plano equivalentes aos dos shoppings” e outras exigências.
Os Representantes da Prefeitura contactados diziam não pode estar acontecendo, já vamos resolver. Mas o fato é que a quadra da escola foi interditada e o evento cancelado. O pior é que a Escola foi incentivada a preparar tudo para a atividade. Gastou energia, teve despesas financeiras e promoveu a divulgação do evento. O executivo municipal garantiu em documento e em palavras do prefeito e demais autoridades da área da cultura municipal. Na hora foi um festival de provocações, de humilhação de desrespeito inaceitável. Presenciamos e fomos vítimas de mais um acontecimento de completa discriminação com a Cultura popular, contra o carnaval, de preconceito racial e social contra a Comunidade.
CE: Quais as medidas que a escola pretende tomar a partir de agora?
André Nunes: Quanto às medidas a escola formulou um plano de ações: A primeira foi fazer ontem ma convocação para todos os representantes das escolas de samba de Porto Alegre juntamente com o povo carnavalesco para estarem ontem na Imperadores do samba. (esta convocação também está na pagina) La apoiado por outros presidentes o André fez um relato do ocorrido. (Vídeo na pagina na imperatriz).
A segunda seria reunir com o poder publico para saber como a ação saiu da prefeitura se foi a mesma prefeitura que garantiu a permissão para realização do evento
A terceira é após a reunião o prefeito fez os devidos encaminhamentos e se comprometeu em fazer com que o processo de liberação da quadra ocorra no menor tempo possível.
Quarto passo será retomarmos nossas atividades com os cuidados que o período demanda, fazendo gerar a renda necessária para que a Imperatriz possa dar continuidade ao seu plano de carnaval para em maio apresentar um grande desfile.
CE: O que tu tens a dizer ao povo carnavalesco após o ocorrido?
André Nunes: A mensagem que deixamos para o povo carnavalesco é que consigamos dialogar em prol do nosso carnaval promovendo a unidade entre as ligas de forma a aumentar a nossa força em defesa do nosso carnaval e de nossa cultura. O carnaval de Porto Alegre é gigante, mas está adormecido devido a fraqueza que temos em lutar pelos nossos direitos. Carnaval é cultura, geração de renda e emprego e merece ser respeitado.
Na segunda-feira após entrevista a agremiação se posicionou em suas redes, confira na íntegra:
Dando continuidade a serie de ações que precisam ser tomadas depois do lamentável ocorrido do último sábado, onde a quadra da Imperatriz foi interditada ficando impossibilitada de realizar o Encontro de Gigantes, na manhã de domingo, o Secretario Adjunto de Cultura, Clóvis André entrou em contato com o presidente André Nunes se colocando a disposição para ajudar a solucionar os problemas que geraram a interdição e os causados pela mesma. Após receber os relatos dos fatos o Secretario colocou o Prefeito Sebastião Mello em contato com o presidente André, onde foi chamanda uma reunião com todos os órgãos envolvidos na operação de sábado.
Hoje as 12 horas essa reunião aconteceu na Prefeitura com a presença do Prefeito e vice- prefeito, comandante da Brigada Militar, Major do Corpo de Bombeiros, Secretario do Turismo e Desenvolvimento, Secretario de Cultura, Presidentes da UESPA e da UECEGAPA, onde foi reconhecida a falha na comunicação entre as secretarias que culminou na operação que fez a interdição da Imperatriz.
O Prefeito Sebastião Mello já fez os encaminhamentos necessários para sanar o problema da Imperatriz e também ja se comprometeu a sanar os problemas de liberação do Porto Seco para que ocorram os desfiles em maio.
Durante toda esta semana a Imperatriz estará empenhada em buscar as soluções que para na próxima semana a escola já esteja com as portas abertas para receber a comunidade novamente!
Tão logo saia a liberação a escola informará a nova data do Encontro de Gigantes.
Seguimos na luta de resistência pela nossa cultura que tanto amamos!
Juntos somos mais fortes sempre!!
Presidente André Nunues/ Foto: Fatima Oliveira
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